Representantes de Paço do Lumiar participam de encerramento do projeto Minha Escola Me Acolhe em São Luís (Foto: Marcos Caldas)
Acolher, ensinar e dialogar - esses são os pilares do projeto "Minha Escola Me Acolhe: violência de gênero não é normal", realizado no município de Paço do Lumiar, graças à parceria entre a Secretaria de Estado da Mulher e as secretarias municipais de Educação e de Direitos Humanos de Paço do Lumiar.
O projeto acontece há quatro meses no município de Paço e em outros 19 municípios maranhenses; e tem como proposta despertar o diálogo dentro das escolas, sobre o tema violência contra a mulher. O encerramento do projeto aconteceu nesta terça-feira (20), no Edifício Nagib Haickel, no Jaracaty, e reuniu autoridades, gestores e alunos. Estes, são os chamados multiplicadores do projeto.
Em Paço do Lumiar, o projeto acontece no Colégio Militar 02 de julho (Unidade XII), no Paranã, com cerca de 10 alunos do 9º ano. Para a secretária municipal de Educação, Monique Carmona, o projeto encoraja e desperta alunos e professores ao diálogo sobre a violência contra a mulher.
"Essa pauta é de fundamental importância para ser discutida no ambiente escolar. Sabemos que os casos de mulheres que sofrem algum tipo de violência são recorrentes e precisamos despertar para o enfrentamento a esse tipo de violência. A melhor forma de fazermos isso é trabalhando a base, no ambiente escolar", ressaltou a secretária.
O projeto em Paço do Lumiar conta com duas monitoras - Rosianne de Jesus e Laís Alves. A coordenadora da Divisão de Diversidades Educacionais, Rosiane Silva de Jesus, caracteriza o projeto como um presente:
"Escolhemos o Colégio Militar para aplicação do projeto, pois lá tivemos 10 alunos que se tornaram multiplicadores, despertando, assim, outros alunos para o diálogo sobre violência de gênero. Isso é importantíssimo, pois, pela idade e identificação, os demais alunos acabam se envolvendo nessas ações", explica a coordenadora.
A assistente social da Coordenação da Mulher de Paço do Lumiar, Hélica Silva, enfatizou o caráter revolucionário desse projeto: "Ele é realmente muito impactante junto às famílias e comunidade escolar. Buscamos debater com os alunos todas as formas de violência, bem como sobre novas formas de socialização, para tentar romper com a estrutura de violência que ainda, neste tempo, enfrentamos", reforçou Hélica.
A multiplicadora e aluna da rede municipal de Educação, Thaismara Cristiny, disse que a experiência vivida nos últimos meses impactou muito em seu aprendizado, no entendimento de poder fazer suas próprias escolhas, sem interferências; sendo isso um direito seu. "Durante todo esse tempo, fizemos atividades e palestras, e espero que os novos alunos também aprendam, assim como eu, e passem a ser multiplicadores", assinalou a jovem estudante.